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23 de Abril de 2024

4 anos de formada, 2 escritórios de advocacia: como isso é possível?

Mariana Gonçalves explica como produzir conteúdo jurídico para internet fez sua carreira de advogada decolar.

Publicado por Matheus Galvão
há 6 anos

Com apenas quatro anos de formada, Mariana Gonçalves já construiu um império sólido na advocacia e revela que a saturação do mercado não é um obstáculo insuperável.

Produzindo conteúdo jurídico relevante dentro de seu nicho (Direito Imobiliário) ela conseguiu conquistar autoridade e consolidar uma carreira que supera barreiras geográficas. Ela atende pessoas de qualquer lugar do Brasil e, o mais importante, cobrando o justo por seus serviços e consultoria.

Hoje à frente de dois escritórios de advocacia, ela ainda encabeça um Canal no YouTube, um Blog (Minutos de Direito) sobre advocacia e direito imobiliário, e uma legião de mais de 35.000 seguidores no Instagram (@mariana_goncalvess).

Na entrevista abaixo, Mariana conta como foi o processo de consolidação da carreira e como a produção de conteúdo focado foi importante para que isso acontecesse.


Matheus - Quando você escolheu o Direito como curso, você já tinha um plano bem traçado?

Mariana - Escolhi ser advogada aos 20 anos, digo isso pois nunca passou pela minha cabeça a ideia de fazer direito para seguir qualquer outra carreira jurídica. Eu fiz o curso de Transações Imobiliárias na Universidade Federal de SC e foi lá que conheci o direito imobiliário, posso dizer que foi "amor à primeira vista". Assim que conclui o curso, abri minha própria imobiliária e decidi que o eu precisava de mais conhecimento jurídico para a jornada, e que talvez a advocacia imobiliária fosse ainda mais fascinante que a corretagem!

Penso então que meu plano estava bem traçado, desde o primeiro período até o último eu sabia exatamente o que faria depois que concluísse os 10 períodos de graduação.

Matheus - Você acha que a advocacia está realmente saturada? Quais caminhos você enxerga para um bacharel em Direito, no mercado atual?

Mariana - Penso que está saturada sim, saturada de profissionais medianos com pouca dedicação e vontade de trabalhar! Eu tenho quase 4 anos de formada, assim que finalizei da graduação abri meu próprio escritório em Santa Catarina e em janeiro/2018 abri um escritório em Minas Gerais. O que me parece uma boa resposta sobre mercado saturado, se estivesse realmente saturado sequer o escritório de Santa Catarina teria dado certo, e os 2 escritórios atendem clientes dos mais diversos lugares do Brasil. A questão é ser inovador, estar onde seu cliente está e principalmente: Apresentar uma solução para os problemas que ele te apresenta demonstrando seu empenho e vontade de resolvê-los.

Matheus - De onde surgiu a ideia de produzir conteúdo para web? Foi natural ou você usou estrategicamente? Como foi o início da produção de conteúdo?

Mariana - Foi muito natural, na verdade quando eu abri o escritório eu tive vários momentos do dia "livres" e sabia que perder horas e horas olhando nada de relevante na tela do meu computador não seria engrandecedor para o meu futuro.

Por este motivo decidi que começaria estudar assuntos aleatórios que me agradavam e após o estudo eu escreveria um post para o meu blog.

Matheus - Você imaginou que teria o alcance que tem hoje? O quanto esse alcance te surpreendeu?

Mariana - No começo não pensei em alcance, pensei somente em mim mesmo. Escrever para mim, estudar para crescimento profissional próprio, e escrevia para não perder aqueles "resumos" do conteúdo estudado. Com o tempo meu material foi sendo solicitado por outros blogs e portais. Nesse momento eu percebi que o que eu estava escrevendo agradava muita gente e principalmente: tirava as dúvidas jurídicas imobiliárias das pessoas. Ao mesmo tempo que me surpreendeu surgiram diversas ideias e uma vontade imensa de fazer com que o blog crescesse ainda mais.

Matheus - O que isso te proporciona profissionalmente?

Mariana - Profissionalmente eu ganhei autoridade no mercado jurídico imobiliário e isso fez com que as pessoas quisessem me ouvir mais, gostaram da forma como eu apresento os temas, o meu jeito de escrever e explicar os assuntos imobiliários. É claro que isso não veio só do blog, o blog foi o responsável por "me mostrar pro mundo", o que eu escrevo é fruto e estudo, experiência de mais de 11 anos atuando no mercado e principalmente por conseguir juntar tudo isso e ser entendida quando falo ou escrevo.

Com isso aumentei muito a minha carteira de clientes, comecei a dar aula e tive segurança suficiente para partir para um segundo escritório.

Matheus - Muitos profissionais do direito acreditam que produzir conteúdo jurídico para leigos pode ser um tiro no pé, já que se torna uma “consulta gratuita”. Você concorda com isso?

Mariana -Eu confesso que tenho pavor de consulta gratuita, e sempre falo sobre isso, não respondo pessoas aleatórias que me procuram pedindo para responder seus questionamentos, pois para isso eu cobro! E faço atendimento de diversas pessoas do Brasil assim. Se me procuram para uma resposta, eu passo o valor e os dados bancários e agendo um horário para atendimento, ainda que via internet.

A questão é que produzir conteúdo não se trata de consulta para ninguém. Do mesmo jeito que aquela pessoa que lê meu conteúdo pode começar a compreender o problema jurídico que está passando, por exemplo com o imóvel financiado que ela comprou, ela também podem abrir o site do planalto na lei 9.514 e também compreender tudo aquilo que está acontecendo, quais seus direitos e deveres como fiduciante.

Acontece que lendo o meu texto na maioria das vezes o possível futuro cliente não conseguirá resolver o problema, e sim compreender o que de fato está acontecendo e que tipo de profissional precisa procurar para ajudá-lo.

Matheus - Que dica você daria para quem está começando na advocacia?

Mariana - Não pare de estudar nunca, não deixe de lado hábitos de estudos que você tinha durante a faculdade. Dedique algumas horas da sua semana para estudos, seja para atualização ou mesmo para recordar o que já aprendeu um dia.

Matheus - E para quem está começando a produzir conteúdo jurídico na internet?

Mariana - Comece. Tenha coragem de começar e aos poucos você perceberá suas fraquezas e poderá ajustá-las de acordo com a necessidade dos seus objetivos.

>>> Quer superar barreiras da advocacia atual, aprendendo a produzir conteúdo jurídico de qualidade?

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115 Comentários

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A menina já era rica quando entrou na faculdade

Logo, fica fácil dizer que existiu meritocracia no caso dela

Num país onde sequer se taxa grandes heranças e grandes fortunas, impossível falar de meritocracia

Infelizmente essa matéria peca ao usar a um caso isolado como regra

O que ela fez requer dinheiro, muito dinheiro, e todos sabem que ter dinheiro hoje em dia está muito difícil, a não ser que você venha de berço esplêndido continuar lendo

Vejamos, se especializar desde cedo numa determinada área não requer dinheiro; criar um canal no YouTube e começar a transmitir algo que sabe de fato também não requerer, e abrir um escritório de advocacia pode exigir algum dinheiro, mas não uma fortuna. continuar lendo

MI,MI,MI...Para com esse papo de socialista amigo, vai correr atrás do seu e para de inveja. continuar lendo

Taxar Grandes Fortunas, na teoria o rico paga. Na prática:
- O rico repassa os seus gastos despedindo funcionários;
- aumentando o preço do seu serviço produto;
- Ou simplesmente fecha a empresa e vai para outro país.
Quem apoia tais medidas só mostra o quanto não entende de economia.

Por fim a solução é justamente o contrário. Zerar todo o imposto existente no país o que simplesmente acabaria com a pobreza. continuar lendo

Olá Douglas! Penso que você pode estar me confundindo! Não era rica não... Quer dizer, como disse agora em uma live que acabei de fazer no instagram (@mariana_goncalvess): "Eu era rica de saúde e vontade de aprender".

Penso que a matéria não trouxe minhas respostas como uma regra! Perceba só, o autor me fez perguntas e eu respondi de acordo com o meu ponto de vista!

Muitos colegas e outras pessoas que conheço também abriram escritórios assim que formados, alguns tiveram um retorno financeiro incrível com escritórios super simples, outros que tinham escritórios incríveis não duraram sequer 1 ano...

Enfim, só para que fique claro, meu berço tinham muito amor e não muito dinheiro! Meu berço teve muito apoio, teve muito exemplo de caráter, de luta! Dinheiro não! ;)

Desejo muito sucesso e que você tenha força e vontade de lutar pelos seus sonhos ! continuar lendo

Típico comentário de pessoas que ao invés de batalharem pelo seu sucesso ficam invejando quem o conquistou e, como CONSEQUÊNCIA, adquiriu tais recursos financeiros.

Ao invés de você querer tirar de quem tem, vai atrás do seu.
Isso não passa de “mimimi” de socialista! continuar lendo

mimimi de socialista invejoso, que a maioria das universidades públicas despejam no mercado!!! Via de regra, fazem concursos públicos e querem ficar ricos com voluptuosos salários na referida esfera.
Todo dia militam para o aumento dos salários e pouco produzem para o verdadeiro desenvolvimento da justiça.
Vivem de de carteirada e vociferam sua autoridade quando incorrem em algum ílitico; ex: dirigir sob efeito de álcool, quando é convidado a ser retirado de um lugar incomodando as demais pessoas e etc. continuar lendo

Bom...a questão não é verificar se ela tinha ou não dinheiro, mas que conseguiu de alguma forma crescer.
Se ela não tivesse competência, não aconteceria.
Precisamos aprender que sucesso não é algo que se adquire numa prateleira, é um resultado. continuar lendo

Os invejosos, "vítimas" das circunstâncias odeiam esse tipo de história. Querem alguém que venha aqui chorar para que o Governo ou alguma força exterior, extraterrestre venha fazer milagres em suas vidas sem que para isso seja preciso fazer esforço algum.

O dinheiro sem sabedoria e uma direção mental alinhada só leva à ruína e perdição e exemplos disso não faltam. Grana com certeza é uma grande força inicial, porém não é tudo. continuar lendo

Concordo com você Alex, li muitos comentários aqui desmerecendo a Dra. só por ela ter tido melhores condições no início da profissão.

Primeiro, ninguém à conhece de verdade para saber se a razão de seu sucesso "rápido" é realmente por ter nascido em família rica.

Segundo, você pode receber tudo que precisa de graça para abrir um escritório de advocacia, desde do prédio até o papel higiênico, porém para mantê-lo exige competência e inovação constante, e principalmente nunca desanimar ou desistir, nascer em berço de ouro não quer dizer que a pessoa será competente para qualquer negócio, temos sim que reconhecer os esforços da Dra. e dar os parabéns.

Garanto que muitos aqui que reclamaram não se sairiam tão bem quanto ela nas mesmas circunstâncias. continuar lendo

Olá Alex!

Concordo com você! Muito legal a forma como apresentou seu ponto de vista!

Realmente dinheiro sem sabedoria não mantém escritório de advocacia aberto! continuar lendo

Vc pode ser rico, pobre ou oque vc quiser, inclusive ser um inútil reclamão, se vc não trilhar um caminho árduo e difícil, mas com objetivo claro, sinto muito vc vai continuar em um escritório de alguém matando seu tempo, frustado, e trabalhando no sonho de alguém...fica a dica não critique a ascensão de alguém, critique sua postura e quem vc é.
... conheça a ti mesmo... continuar lendo

É um belo ponto de vista! Concordo com você Gilberto!

Muitos apontam sem sequer enxergar... poucos olham pra si e pensam "o que eu posso fazer para ter os resultados que sonho?"

Sucesso pra gente que luta todos os dias! continuar lendo

Existem vários caminhos para o mesmo destino. Na minha opinião, o sucesso maravilhoso da nobilíssima colega se deveu a um fator muito determinante: ela sabia o que queria desde muito cedo. A maioria de nós ingressa (e até termina) o curso de Direito sem ter uma noção certa do que fazer. Deixamos para "resolver depois". E "depois", pode ser tarde demais. Aliás, nunca é tarde demais, mas que atrasa a vida, isso atrasa. E também, por óbvio, ter recursos para abrir o próprio negócio logo de cara. Nem todos têm. Mas daí vem o que já comentamos no artigo de de @pedrocustodion "O que eu aprendi advogado sozinho parte I". A questão do buscar os investidores e parcerias para iniciar qualquer coisa a partir de apenas uma ideia na cabeça e zero reais no bolso. Também é possível, embora mais difícil. Porém, concluo mesmo que a questão do saber o se quer da vida é muito importante. E isso não se ensina, é da pessoa. O máximo que podemos fazer é incentivar. Ensinar, jamais. Até mesmo o caminho varia de pessoa para pessoa. Tem gente que se perde no desvio, outros não. Tem gente que gosta de trilhas, outros preferem a auto estrada. O destino do sucesso é um só, os caminhos são muitos, porém, pouquíssimo conhecidos da maioria dos mortais. Eu, de minha parte, descobri na advocacia um meio viável de vida já muito tarde. Naveguei muito tempo por águas turbulentas, à deriva entre uma iniciativa e outra, descrente de todas. Hoje sou ferrenha defensora da advocacia, como sabem, e sempre fico triste quando vejo jovens advogados descrentes. Procuro sempre, inclusive com meu entusiasmo pela profissão, a inspirar pessoas de que a advocacia é viável e muito nobre. Fico imensamente feliz em ver que alguns sabem disso desde cedo e mais: sabem exatamente o que fazer com "isso". Parabéns a Dra. Mariana. Que o Brasil tenha muito mais advogados que inspiram e enobrecem a classe assim. continuar lendo

Exato. No final das contas trabalho duro é o caminho. continuar lendo

Matheus Galvão, sim, trabalho duro faz parte do caminho, mas não acho que seja o caminho. Tem que ver em que ou para quem se está trabalhando duro. Todos os advogados trabalham duro (a maioria), mas sucesso mesmo, é para uma minoria. Acho que ter uma vontade, um saber o que quer, um plano e recursos (ou planos para angariar o recurso, o que dá na mesma), é que é a chave. E existem vários caminhos para isso, mas somente um ponto de partida mesmo: saber exatamente o que quer. Senão, a pessoa trabalha duro como advoescravo de um grande escritório por uma década até descobrir que não gosta da área, faz uma pós de outra coisa totalmente diferente, muda de escritório, mas não muda de carro nunca, e por aí vai. Trabalhando duro, sem sair do lugar. Há que se ter um certo cuidado em dizer que "trabalho duro é o caminho". Acho que faz parte de qualquer caminho para o sucesso, mas não é o caminho. O trabalho duro também pode fazer parte do caminho do fracasso. Cuidado gente... rsrsrsrs continuar lendo

Concordo. A questão é muito do que Mariana falou. Encontrar o caminho e se dedicar a ele. Muitos de nós caímos no caminho convencional, queremos nos dedicar por exemplo a áreas que dão dinheiro mas na verdade o que dá dinheiro é exatamente o caminho inexplorado. Trabalhar duro só tem sentindo na medida em que profissionais não apenas pegam um caminho e seguem, mas constroem novas alternativas e as domina de maneira tão individual e com personalidade destacada que acabam se tornando referências. São pessoas que fazem marca e não seguem paradigmas estabelecidos, constroem novos. Só lembramos delas nos momentos de espelho por essas razão. Se apenas pegamos caminhos prontos seremos mais um na multidão. continuar lendo

Isso mesmo que eu quis dizer, embora não tenha dito. Vc acabou descrevendo como é que se trabalha duro no caminho de lugar nenhum para nenhum lugar. Chama-se paradigmas! Não se advoga na base do ctrl c + ctrl v. O que serve para um, não serve para outro. Nem caminho e nem tese. Então eu diria: saiba o que você quer da vida, encontre um meio e um caminho e chegará ao destino do sucesso. Daria até pra fazer uma fórmula: VONTADE + MEIO + CAMINHO = SUCESSO. Mas não indico o uso de fórmulas. kkkkkkkkk continuar lendo

Trabalhar duro é passado, qualquer pessoa antenada sabe que o mote da produtividade é trabalhar de forma inteligente, e vamos ser honestos, não precisa de mais do que 95 pontos de Q.I. pra extrair da matéria que a Dr.ª MAriana, com todos os seus méritos, começou a vida profissional com um "pacote" bem mais robusto do que 99,5% das pessoas em situação análoga. Não tira mérito de forma alguma, mas não podemos tomar como regra. continuar lendo